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Percalços no atendimento e avaliação psicológica de pessoas com deficiência

By 05/10/2018No Comments

Percalços no atendimento e avaliação psicológica de pessoas com deficiência foi tema do Psicologia em Foco

Abaixo o vídeo para assistir a apresentação na integra.

Nesta quarta-feira, 3/10, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizou o Psicologia em Foco com o tema “Desafios da avaliação psicológica e o atendimento a pessoas com deficiência”. Encontro aconteceu na sede e contou com as contribuições da psicóloga, psicanalista, com formação em Libras e membro do Fórum do Campo Lacaniano-BH, Ana Rita Tavares; da psicóloga escolar, especialista e mestre em educação e psicóloga perito examinadora de trânsito e em avaliação psicológica e membro da SAPSI-MG, Mary Stela Chueiri; mediação do conselheiro diretor secretário e coordenador da Comissão de Avaliação Psicológica do CRP-MG, Délcio Guimarães; além da interpretação em Libras de Gabriela Couto Silva.

Mary Stela deu início à conversa adiantando que os desafios da área de avaliação psicológica são grandiosos. Segundo ela, as(os) psicólogas(os) precisam estar preparadas(os) para conduzir o processo porque, atualmente, observa-se uma grande demanda para grupos específicos e, em especial, para pessoas com deficiência. “Essas pessoas passaram a ocupar um lugar social”, completou.

A psicóloga também ressaltou que a lei das cotas destina 10% das vagas de emprego a pessoas com deficiência, já a lei Romário, sancionada em 2016, explicita que não deve haver discriminação no atendimento. Para ela, é muito importante avaliar o sujeito para ver suas condições intelectuais, suas habilidades sociais e que funções está apto a executar.

Além disso, Mary Stela disse que há uma carência de testes psicológicos para pessoas com deficiência e que ultrapassa o cenário nacional. “Há a necessidade de trabalhar para criar e adaptar os instrumentos para nossa realidade que possam atender esse público”, finalizou.

Para dar continuidade, Ana Rita falou especificamente sobre o atendimento clínico ao surdo. De acordo com ela, a palavra deficiente não é usada por eles e é importante que todas(os) tenham conhecimento sobre suas particularidades. Ademais, ela citou que um outro termo errôneo comumente utilizado é “surdo-mudo”, porque eles só têm a privação sensorial da audição, mas têm sonorização, apesar de diferenciada. “O fazer clínico da Psicologia para esses sujeitos deve se pautar para além da deficiência”, pontuou.

A psicanalista também afirmou que a comunicação é um dos fatores de dificuldade no atendimento, já que alguns usam libras, outros oralização e outros gestos caseiros. Há ainda percalços no manejo de transferências para outras(os) psicólogas(os), ou quando precisam marcar ou remarcar horários de atendimento, porque há uma mediação por terceiros e nem sempre essa interlocução é bem-feita. Além disso, ela reitera que quando precisa-se de um encaminhamento para outras áreas, como médicos, psiquiatras e fonoaudiólogos, esses profissionais muitas vezes não sabem libras, o que também dificulta o atendimento. “O fazer da Psicanálise nessa área exige muita pesquisa, porque o atendimento a esses sujeitos está muito comprometido”, finalizou.

Assista a mesa, na íntegra e com tradução de Libras.